quinta-feira, 1 de junho de 2017

O que é Liberação Miofascial?



Texto do rolfista Luiz Fernando Bertolucci

A Importância das Fáscias
As fáscias musculares são compostas de tecido conjuntivo e foram por muito tempo consideradas apenas como o mero revestimento dos músculos. Desde a década de 30, vários autores vêm salientados a possível importância das fáscias no movimento humano, sem, no entanto apresentar bases científicas sólidas. Mais recentemente, alguns cientistas voltaram sua atenção para o sistema de fáscias, tendo feito importantes descobertas sobre suas propriedades. Hoje, a pesquisa do tecido conjuntivo é um campo promissor e já podemos ter uma idéia da enorme complexidade da anatomofisiologia das fáscias e suas relações com o movimento. As técnicas de Liberação Miofascial estão embasadas nestas novas concepções científicas e vão sendo atualizadas em função destes novos conhecimentos. A eficácia do emprego da LMF observada clinicamente reflete a real importância das fáscias musculares na produção do movimento humano normal. Mesmo antes do nascimento o sistema de fáscias já desempenha um importante papel, como veremos a seguir:

A Formação do Sistema musculo-esquelético:
Ainda dentro do útero começamos a nos movimentar. Os tecidos do sistema músculo-esquelético, mesmo que recém-formados, já possuem capacidade de desempenhar sua função, o que é claramente notado pelos “chutes” que o feto dá na barriga da futura mãe. Na verdade, estes movimentos já estão tendo um grande impacto na forma do corpo da futura criança. Os músculos, para citar um exemplo, são desenhados a partir de sua capacidade de contrair individualmente. A separação entre um músculo e outro é feita pelas fáscias musculares.

Em outras palavras, a forma do corpo é a manifestação de sua função. Todos nós nascemos com um grande potencial adaptativo do corpo. Os bebês têm o corpo muito móvel e flexível, podendo crescer e se desenvolver de vários modos diferentes. Conforme crescemos e amadurecemos, no entanto, frequentemente tendemos a perder parte dessa flexibilidade e adaptabilidade. Este enrijecimento ocorre por diferentes motivos, como por exemplo: maus hábitos posturais e motores; cirurgias; estresse exagerado; traumas -mesmo os corriqueiros- etc. Paulatinamente, sem que estejamos notando, nosso corpo tende a tornar-se progressivamente mais rígido. Certas particularidades do sistema miofascial podem explicar porque isto ocorre.

O Sistema Miofascial:
O sistema miofascial é constituído pelo conjunto dos tecidos fibrosos (como tendões, ligamentos, fáscias,  aponeuroses). Constitui uma rede que une todos os segmentos do corpo, transmitindo influências entre eles. Atualmente, este sistema tem sido muito valorizado em seu papel na manutenção da saúde do corpo. Entre outras funções, este sistema mantém a capacidade de movimento interno entre as vários tecidos corporais. Tais movimentos são importantes, pois, para cada movimento externo (visível) do corpo, correspondem inúmeros movimentos dentro dele. Isto é, seus componentes (como músculos, ossos, ligamentos, fáscias, tendões e até os próprios órgãos) devem ser capazes de se mover (deslizar) uns sobre os outros, permitindo assim que o corpo se mova.

Os movimentos corporais dependem da existência desses movimentos internos, que ocorrem nas “articulações” miofasciais. Tais “articulações” são constituídas de tecido conjuntivo frouxo ou areolar. Assim sendo, o tecido areolar pode ser visto como um sistema de lubrificação interna do corpo. As técnicas de Liberação Miofascial consistem em reconhecer e tratar as restrições de movimento nestas superfícies “articulares” miofasciais. A liberação de tais restrições leva imediatamente à melhora da mobilidade e da flexibilidade do corpo. As superfícies de deslizamento tendem, muito facilmente, a se aderir, enrijecer e encurtar quando imobilizadas, mesmo por pequenos períodos de tempo. Reflexo disso é a necessidade universal que temos de nos espreguiçar pela manhã. Quanto maior o tempo e a severidade da imobilidade, maiores e mais profundas serão suas consequências nos tecidos conjuntivos. Maus hábitos posturais e de movimento também produzem aderências dos planos fasciais de deslizamento, já que estão associados à imobilidade relativa de certas áreas.

O Surgimento de Sintomas:
A motricidade do corpo tem profunda importância na sua saúde, especialmente quando consideramos os componentes do sistema músculo-esquelético. Ossos, cartilagens, músculos e ligamentos estão em constante renovação metabólica. Esta renovação se faz de acordo com os movimentos que desempenham. Podemos portanto dizer que “tecemos” nosso corpo de acordo com os movimentos que expressamos.

A musculatura, por exemplo, tem grande necessidade metabólica e por isso depende de um adequado fluxo de líquidos. As restrições miofasciais comprimem os compartimentos fasciais (os espaços ocupados pelos músculos), dificultando tanto a chegada de nutrientes, como a saída de metabólitos (subprodutos da atividade muscular). Em outras palavras, o músculo sujeito a restrições de movimento sofre de falta de sangue, além de acumular resíduos. Tal situação levará, cedo ou tarde, ao aparecimento de sintomas. A recuperação do movimento conseguida pela Liberação Miofascial restabelece o regime normal de pressões nos tecidos, auxiliando assim a circulação de fluidos na musculatura. Isto se reflete em melhora sintomatológica para muitas patologias que acometem o sistema locomotor, como por exemplo, as freqüentes Síndromes de Dor Miofasciais. Podemos assim dizer que, em muitas situações, tratar o movimento é tratar a dor.

Tratar o Movimento é Tratar a Dor:
As dores músculo-esqueléticas são acompanhadas de restrições de movimento (deslizamento) no sistema miofascial que, como visto, representa algum grau de rigidez motora. Este “emperramento” é causado pelo aumento na fricção nas superfícies deslizantes, que pode ser tando a causa como a conseqüência do quadro de dor. De qualquer modo, instala-se um círculo vicioso rigidez-dor-rigidez, que pode ser amenizado com o uso de técnicas de Liberação Miofascial.

Nas situações desencadeadas por mau uso do corpo, inicialmente sofrem apenas os tecidos moles (músculos e fáscias), mas se as restrições miofasciais forem mantidas por tempo suficientemente longo, podem também ser afetados outros tecidos, como as cartilagens e ossos. Isto ocorre porque os padrões “viciados” de movimento produzem forças anormais que podem sobrecarregar os tecidos. O tecido cronicamente sujeito a forças maiores do que as que pode suportar, vai desgastar-se e conseqüentemente produzir dor. Mas tais tecidos também são vivos e podem beneficiar-se se estiverem sujeitos a movimentos mais livres e fluidos. Sob um padrão motor mais adequado, qualquer tecido será renovado mais adequadamente e tenderá a produzir menos sintomas.

Podemos assim concluir que existem padrões de movimento que produzem sintomas ao mesmo tempo que existem padrões de movimento que tratam sintomas. Tudo depende da qualidade do movimento. Se a dor é conseqüência de disfunção motora (má qualidade de movimento), ao tratar o movimento, tratamos também a dor. Estaremos assim, na maior parte dos casos, atuando mais próximo da verdadeira causa dos sintomas.

A Questão do Estresse:
Não existe vida sem estresse. Ele faz parte de nossa vida e até nos beneficia, se ocorrer em pequena intensidade e for adequadamente elaborado pelo organismo. O problema começa quando as situações estressantes são muito freqüentes e intensas a ponto de não serem elaboradas adequadamente pelo organismo.

Existe um ciclo normal de ativação e desativação dos sistemas de proteção do organismo. O estresse ativa o organismo e precisamos também desativá-lo, se não quisermos acumular tensões no corpo e sofrer as conseqüências disso. A Liberação Miofascial auxilia na liberação das tensões acumuladas no dia-a-dia, minimizando as marcas deixadas por situações estressantes. Além disso, ao dar maior consciência dos movimentos normais e anormais, pode ajudar-nos a reconhecer quando estamos acumulando tensões desnecessárias, auxiliando assim na sua prevenção

Qualidade de Vida:
A tecnologia médica tem sido capaz de prolongar a vida como nunca visto. Mas além da longevidade, precisamos nos preocupar também com a qualidade da vida, para que possamos realmente desfrutá-la. O cuidado com o corpo é uma condição fundamental neste aspecto. A Liberação Miofascial pode auxiliar no relaxamento das tensões do dia-a-dia, na prevenção do desgaste precoce e no tratamento de muitos casos de dor musculoesquelética. Desse modo, é um grande aliado na manutenção da qualidade de vida.

Vida é Movimento.
A tecnologia nos permite uma vida quase que virtual e cada vez menos nos movimentamos. Estamos na era do sedentarismo. No entanto, sabemos que a estrutura humana precisa de movimento adequado para manter–se saudável. Podemos adquirir hábitos posturais inadequados por atitudes profissionais, práticas esportivas, estresse, traumas físicos e emocionais etc. Estes hábitos podem desorganizar o corpo humano criando áreas de tensão e encurtamentos crônicos que se tornam rígidas, perdendo a elasticidade e fluidez. A rigidez impede o movimento nestas áreas gerando adaptações e desequilíbrios que geram dor. A ciência reconhece que grande parte das dores musculares e tendinites vêm da rigidez que se estabelece e impede o movimento. A harmonia, graça e eficiência da motricidade humana depende da liberdade do sistema miofascial. O sistema de fáscias tem atualmente reconhecida importância na motricidade humana. Graças à sua extrema plasticidade, este sistema pode ser liberado devolvendo a elasticidade, flexibilidade e fluidez de movimento ao ser humano.

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